Resiliência

Sheryl Sandberg

02 de julho 2019

Nessa tarde chuvosa, do tipo ai-que-preguiça, deparo-me com interessante e honesta entrevista de Sheryl Sandberg, superexecutiva do Facebook, sobre como se reconstruiu depois da morte precoce do marido, fulminado por infarte aos 48 anos, em plenas férias no México.

O luto, a perda, a culpa, o limbo, o vazio, as fragilidades e vulnerabilidades humanas puseram minha cabeça para girar. Sheryl escreveu o livro “Plano B”, em parceria com o psicólogo Adam Grant, e conseguiu voltar à superfície após bater no fundo do poço emocional. A dor da perda pode ser dilacerante. Quase sempre é. Acompanhada de culpa, pode ser fatal. Como escapar?! Muitos não conseguem e terminam prisioneiros de sofrimento infinito. Uma espécie de beco sem saída.

Ela conseguiu safar-se e compartilha sua dolorosa experiência em “Plano B”, já lançado no Brasil. Ainda não li, vou fazê-lo amanhã, tão logo ache uma livraria aberta, mas pelo que pesquisei e as resenhas que li, percebe-se claramente que é bem diferente do seu livro anterior, “Faça Acontecer – Mulheres, Trabalho e Vontade de Liderar”, no qual a toda poderosa executiva indica ao mulherio como conseguir a equidade de gênero na carreira.

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Definitivo – Carlos Drummond de Andrade

Carlos Drummond de Andrade considerado o mais influente poeta brasileiro do século 20

“Definitivo, como tudo o que é simples. 
Nossa dor não advém das coisas vividas, 
mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram. 

Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos 
o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções 
irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado 
do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter 
tido junto e não tivemos, por todos os shows e livros e silêncios que 
gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos. 
Por todos os beijos cancelados, pela eternidade. 

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Histórias híbridas de uma senhora de respeito.

Carmen é o nome q dei à minha saudosa máquina de escrever, uma Olivetti Praxis 20, em homenagem à querida escritora e jornalista Carmen da Silva — por essa época, eu tinha por hábito dar os nomes dos meus ídolos aos meus parcos bens materiais. O Volkswagen Voyage era carinhosamente chamado de Pablito, em tributo ao poeta Pablo Neruda. Minha bicicleta Caloi Ceci atendia pelo nome de Rosa, em deferência à Rosa Luxemburgo. Assim, todo o tempo, eu estava acompanhada pelos meus iluminados. Eles estavam sempre comigo e eu com eles.

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