Ouro Branco

A porcelana tem uma longa história, que remonta à China antiga, onde foi desenvolvida pela primeira vez durante o ano 200 antes cristo, mas foi no ano 600 que a produção se tornou mais refinada.

A porcelana chinesa era conhecida por sua translucidez, resistência e brancura. Os chineses desenvolveram técnicas avançadas de fabricação, usando uma mistura especial de caulim, que é um tipo de argila. Essa mistura era cozida a altas temperaturas em fornos especiais, resultando em peças delicadas e finas. A China vendia para todo o mundo, e como só ela sabia o segredo da fabricação, que era o caulim, cobrava caríssimo, ficando conhecida como o ouro branco.

Continuar a ler “Ouro Branco”

Dos amores que eu tenho, Bethânia, certamente, é um deles.

Oie Rosa!!! Estava no cinema, assistindo “Victoria e Abdul – o confidente da rainha”, que gostei muito. Vá ver, é bem interessante. Eu sou curiosa/estudiosa das realezas, tá certo, mas o filme é realmente bom, eu acho, na minha modestíssima opinião.
E olha que coincidência: estou em Sampa justo no dia que vc recebe o mimo, mas indo para Tatuí amanhã.

Fico feliz que tenha gostado do livro. Tornou-se obra rara, e por isso demorou tanto a ser entregue – agora só por encomenda; não está disponivel em loja. Mas acho que vale a espera; é um obra fabulosa. Uma fotobiografia como poucas.

Continuar a ler “Dos amores que eu tenho, Bethânia, certamente, é um deles.”

Cartas de Clarice

A revolucionária escritoria polonesa Rosa Luxemburgo

Clarice é uma personagem de ficção misturada com a realidade. Inpirada em Clarice Lispector, escritora e jornalista brasileira, nascida na Ucrânia, mas veio para o Brasil aos dois meses de idade. Chegaram, de fato, a serem amigas muito próximas. Ambas escreviam com muita frequência, personalidade, vitalidade e energia. Clarice Lispector viveu quase duas décadas fora do Brasil e escreveu muitas cartas aos amigos, e com olhar cosmopolita ela fala sobre os absurdos do cotidiano, as agruras da condição humana e as banalidades da vida. Suas cartas foram reunidas na obra Todas as Cartas, publicada em 2020. Já a Clarice personagem é uma mulher forte e feminina – e feminista, é claro. Mas deixa claro, que o feminismo que pratica é pelo pelos direitos civis das mulheres: igualdade política, jurídica e social entre homens e mulheres. Sua atuação não é sexista, isto é, não busca impor algum tipo de superioridade feminina, mas a igualdade entre os sexos.

Aqui nesse espaço, sempre veremos o lado intimista e psicológico de Clarice. Suas vivências, seus amores, sua interpretação tão peculiar da vida, com toques de humor. Clarice, ao contrário da homônima escritora, era muito irônica e bem humorada, embora, às vezes, tivesse momentos intensos de irascibilidade.

Continuar a ler “Cartas de Clarice”

Cartas de Clarice

Ilustração de Millôr refletindo sobre a escrita

“BSB, 05.02.88.

Millôrzinho,

Que animal deformado é esse chamado Brasil?

Que país é esse com 130 milhões de individualistas?

Queremos descobrir. É o jornal. É o “Agora”. Somos nós. Feras feridas. Tô emergindo da anestesia de ser brasileira, brasileiro. A pergunta pode ser banal e previsível, mas é inevitável: diga-me, Millôr, que país é esse?

Continuar a ler “Cartas de Clarice”

Resiliência

Sheryl Sandberg

02 de julho 2019

Nessa tarde chuvosa, do tipo ai-que-preguiça, deparo-me com interessante e honesta entrevista de Sheryl Sandberg, superexecutiva do Facebook, sobre como se reconstruiu depois da morte precoce do marido, fulminado por infarte aos 48 anos, em plenas férias no México.

O luto, a perda, a culpa, o limbo, o vazio, as fragilidades e vulnerabilidades humanas puseram minha cabeça para girar. Sheryl escreveu o livro “Plano B”, em parceria com o psicólogo Adam Grant, e conseguiu voltar à superfície após bater no fundo do poço emocional. A dor da perda pode ser dilacerante. Quase sempre é. Acompanhada de culpa, pode ser fatal. Como escapar?! Muitos não conseguem e terminam prisioneiros de sofrimento infinito. Uma espécie de beco sem saída.

Ela conseguiu safar-se e compartilha sua dolorosa experiência em “Plano B”, já lançado no Brasil. Ainda não li, vou fazê-lo amanhã, tão logo ache uma livraria aberta, mas pelo que pesquisei e as resenhas que li, percebe-se claramente que é bem diferente do seu livro anterior, “Faça Acontecer – Mulheres, Trabalho e Vontade de Liderar”, no qual a toda poderosa executiva indica ao mulherio como conseguir a equidade de gênero na carreira.

Continuar a ler “Resiliência”

Opalina – O cristal que transforma magia em cor

Amarela, rosa, azuis variados, verdes impactantes, branca, lavanda… não importa a cor, opalinas são cristais especiais e marcaram época pela beleza e inventividade dos seus criadores, especialmente os mestres da Maison Baccarat – ela, sempre ela, nossa queridinha!! Hoje são muito disputadas. Tornou-se objeto de desejo de admiradores em todo mundo. Existe certa predileção pelos tons de azuis, notadamente o turquesa e o celeste, embora as mais raras, preciosas e caras sejam as peças de opalina amarela. Mas cada cor tem o seu apaixonado. O fato é que opalina é unanimidade internacional não só de especialistas e colecionadores, mas de de todos apreciadores da arte do cristal. Uma peça de opalina Baccarat dá um toque de distinção em qualquer ambiente.

Continuar a ler “Opalina – O cristal que transforma magia em cor”

Baccarat – O cristal dos reis

Maravilhosa garrafa na cor bordeaux (ver detalhes) em belíssima lapidação chamada no Brasil de dedão

Baccarat é sempre e eternamente Baccarat. Sou fã confessa da Cristallerie francesa que cria e fabrica cristais e opalinas de tirar o fôlego há mais de 250 anos. Fundada pelo rei Luís XV, a lendária manufatura formou verdadeiros mestres na arte escultórica do cristal, ofício que passou de geração a geração desde 1764, quando bispo de Metz, monsenhor Louis De Montmorency-Laval, recebeu a cobiçada autorização real para criar a fábrica Saint-Anne na então vila de Baccarat, localizada na província de Lorraine, à leste da França. Começou aí uma longa e bem sucedida história daquela que viria a produzir as mais belas peças em cristal já feitas pela mão humana – de lustres em cascata, abajures, joias, bijuterias, frascos de perfumes, vasos, candelabros, esculturas às maçanetas que são verdadeiros diamantes.

Continuar a ler “Baccarat – O cristal dos reis”

Definitivo – Carlos Drummond de Andrade

Carlos Drummond de Andrade considerado o mais influente poeta brasileiro do século 20

“Definitivo, como tudo o que é simples. 
Nossa dor não advém das coisas vividas, 
mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram. 

Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos 
o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções 
irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado 
do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter 
tido junto e não tivemos, por todos os shows e livros e silêncios que 
gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos. 
Por todos os beijos cancelados, pela eternidade. 

Continuar a ler “Definitivo – Carlos Drummond de Andrade”

Histórias híbridas de uma senhora de respeito.

Carmen é o nome q dei à minha saudosa máquina de escrever, uma Olivetti Praxis 20, em homenagem à querida escritora e jornalista Carmen da Silva — por essa época, eu tinha por hábito dar os nomes dos meus ídolos aos meus parcos bens materiais. O Volkswagen Voyage era carinhosamente chamado de Pablito, em tributo ao poeta Pablo Neruda. Minha bicicleta Caloi Ceci atendia pelo nome de Rosa, em deferência à Rosa Luxemburgo. Assim, todo o tempo, eu estava acompanhada pelos meus iluminados. Eles estavam sempre comigo e eu com eles.

Continuar a ler “Histórias híbridas de uma senhora de respeito.”